Prefeitura Municipal de Salvador

Fundação Gregório de Mattos lança o livro Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro, de Maria Alice Pereira da Silva

Fundação Gregório de Mattos lança o livro Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro, de Maria Alice Pereira da Silva

A obra que serviu como base para o processo de tombamento da Pedra de Xangô será lançada no Espaço Cultural da Barroquinha

 

Foto: Tonny Bittencourt

 

A Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), lança o livro Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro na cidade de Salvadorde Maria Alice Pereira da Silva. O evento acontece no dia 18 de setembro, a partir das 14h, no Espaço Cultural da Barroquinha.

Na ocasião, além do lançamento, a FGM promove um seminário tendo como temática o conteúdo da obra de Maria Alice, às 14h, com uma mesa de abertura que contará com a presença de Fabio Velame da Faculdade de Arquitetura da UFBA (FAUFBA), André Fraga da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (SECIS), Ivete Sacramento da Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR), Tata Muitá Imê do Mutalombo Yê Kaiong, Fernando Guerreiro Presidente da Fundação Gregório de Mattos e ACM Neto Prefeito de Salvador.

Às 14h30, o Pedra de Xangô em Rede contará com a participação de Tânia Scofield da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), falando sobre o Projeto Parque em Rede Pedra de Xangô, de Milena da S. Tavares, Diretora de Patrimônio e Humanidades da FGM, que vai falar sobre o processo de tombamento da Pedra de Xangõ, Everaldo Duarte representante do Grupo de Trabalho de Implementação do parque em Rede Pedra de Xangô e a presença de Sônia Mendes, Representante do Povo de Santo de Cajazeiras.

Às 16h, acontece a palestra, ministrada pela própria autora, sobre o livro. E às 17h, acontece oficialmente o lançamento do livro, Pedra de Xangô, Um Lugar Sagrado Afro-Brasileiro na Cidade de Salvador, de Maria Alice Pereira da Silva.

 

A obra

Fruto de um trabalho minucioso, a dissertação de mestrado da pesquisadora, que integra o grupo de EtniCidades da Faculdade de Arquitetura da Ufba, Maria Alice Pereira da Silva serviu de base teórica para o tombamento da Pedra de Xangô e da área considerada Sítio Histórico do Antigo Quilombo Buraco do Tatu.

Maria Alice Pereira da Silva é advogada, mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA. Ex-Secretária Municipal da Reparação da Cidade de Salvador, foi a primeira presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Direitos dos Afrodescendentes - OAB/BA. É sócia efetiva do IGHB (Instituto Geográfico e Histórico da Bahia) e membro do IAB (Instituto dos Advogados da Bahia). Estudiosa das questões afro-brasileiras, atua na área de direitos humanos, inclusão social e políticas públicas.

Em seu estudo, a autora discorre sobre a formação rochosa de 8m de altura e, aproximadamente, 30m de diâmetro, localizada na Avenida Assis Valente em Cajazeiras. Além de analisar a importância da Pedra de Xangô enquanto elemento cultural, para os terreiros de Cajazeiras, bem como para cultura afro-brasileira, o livro também investiga a utilização da Pedra em festas públicas, dentro do calendário litúrgico dos terreiros e no cotidiano das religiões de matriz africana; investigando como as manifestações culturais e as mobilizações sociais viabilizam, juntamente com as demais táticas de resistência, a preservação do monumento lítico.

Para servir como base teórica para a pesquisa foram selecionados seis comunidades terreiros: Ilê Axé Tumbi Odé Oji, Mutalombo Yê Kaiongo, Ilê Axé Odé Toke Ji Lodem, Ilê Axé Odé Oxalufã, Ilê Axé Obá Baba Séré, e o Ilê Tomim Kiosise e Ayo. A dissertação subsidiou a criação da Apa Municipal Assis Valente e o Parque em Rede Pedra de Xangô, no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de 2016, bem como a instrução do processo de tombamento da Pedra de Xangô junto a Fundação Gregório de Mattos.

A dissertação 'Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro na cidade de Salvador' desempenhou um importante papel para o tombamento do monumento sagrado - Pedra de Xangô. Até então, não existia literatura sobre o assunto e era preciso salvaguardar esse patrimônio - tão importante para a cidade de Salvador e que se encontrava ameaçado. Era necessário proteger a Pedra de Xangô. O livro que ora a FGM publica, nada mais é do que o laudo etnográfico do tombamento da Pedra de Xangô. Uma construção coletiva que teve a participação de muitas mãos, principalmente, as mãos do povo de terreiro desta cidade”, explica Maria Alice.

O que esperar dessa obra? Um legado para o povo do axé e o registro desse conhecimento que precisa ser acessado por todos!”, afirma Fernando Guerreiro, Presidente da fundação Gregório de Mattos.