Prefeitura Municipal de Salvador

FGM disponibiliza Dossiê Técnico sobre a Festa de Iemanjá

 

FGM disponibiliza Dossiê Técnico sobre a Festa de Iemanjá

 

  

 

A Fundação Gregório de Mattos (FGM) disponibiliza a partir de hoje (16), até o dia 15/01/2020, o Dossiê Técnico (clique aqui), que servirá como base teórico fundamental do processo de reconhecimento da Festa de Iemanjá como Patrimônio Cultural de Salvador.

 

O documento ficará disponível durante trinta dias para conhecimento e manifestação da sociedade. Os anexos estão disponíveis para consulta na sede da Fundação (em novo endereço Ladeira da Barroquinha, 02 – Barroquinha – próximo ao Espaço Cultural da Barroquinha), de segunda a sexta (dias úteis), mediante agendamento prévio pelo telefone 71 3202-7864.

 

No caso de haver alguma manifestação, esta deve ser formalizada até 30 dias após a data da publicação do Dossiê, conforme determina o Cap. IV, art. 23, do Decreto 27.179/2016, que orienta:

 

Após conclusão da instrução técnica do processo de registro, o dossiê técnico será disponibilizado na página da Fundação Gregório de Mattos na internet, para que a sociedade se manifeste.

 

§ 1º A Fundação Gregório de Mattos usará todos os meios à sua disposição para informar à sociedade sobre a disponibilização do dossiê técnico.

 

§ 2º As manifestações formais da sociedade, em relação ao processo de registro, serão dirigidas ao Presidente da Fundação Gregório de Mattos e juntadas ao processo, para exame técnico.

 

A próxima etapa, será o encaminhamento ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, para análise e emissão do Parecer Final.

 

Para Cristiane Sobrinho, Dra em Antropologia, e uma das responsáveis pela elaboração do dossiê, “a festa de Iemanjá traz para a rua, para os espaços públicos, um culto a um Orixá africano, reaproximando a celebração dos seus cultos originais na Nigéria, onde a população tem ampla participação nos festejos. Ela visibiliza um culto africano que foi historicamente no Brasil obrigado a se manter em locais privados, longe dos olhares da sociedade mais ampla. É uma celebração única no Brasil e graças aos esforços dos pescadores do Rio Vermelho podemos visibilizar essa cultura dos antepassados e do povo do mar. Elaborar esse dossiê é uma honra, pois é uma maneira de agradecimento aos pescadores do Rio vermelho que me acolheram em 2009 e me forneceram informações que me fizeram Mestre em Estudos Étnicos e Africanos, e como Iyá dagan (Mãe da cozinha de santo da nação Jeje Savalu) é uma dádiva imensa poder registrar a celebração dessa Orixá tão querida por mim e por grande parte do povo brasileiro.”.

 

De acordo com a Diretora de Patrimônio e Humanidades da FGM, Milena Tavares, “o registro preserva o conhecimento da manifestação. Por ter caráter dinâmico o Estado não deve impedir que desapareça, caso os detentores assim decidirem, mas deve apoiar, com ações de salvaguarda apontadas por eles, visando sua continuidade e melhoria das condições dos manifestantes. Trata-se de uma das mais significativas festas de Salvador, com repercussão internacional. O registro é antes de tudo um reconhecimento do seu mérito cultural, e garante apoio institucional aos produtores. A Festa de Iemanjá, do dia 02 de fevereiro, no Rio Vermelho, é referência cultural no calendário de festas da cidade. A única que é devotada a uma divindade do Candomblé, fortalecendo a apreensão da nossa diversidade cultural.”.