Prefeitura Municipal de Salvador

2 de Julho

Caboclo e cabocla retornam hoje (5) à Lapinha

 

Fotos: Inaiá Lua 
 Caboclo e Cabocla retornam hoje ao Pavilhão 2 de Julho
As comemorações alusivas à independência da Bahia, organizadas pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), serão encerradas nesta terça-feira (5), com o retorno, às 19h, do caboclo e da cabocla do Campo Grande ao Pavilhão 2 de Julho, no Largo da Lapinha, onde os carros ficarão guardados ao longo do ano. O retorno dos caboclos, que participaram do cortejo cívico do 2 de Julho, no sábado, será acompanhado pela banda do maestro Reginaldo de Xangô e terá a participação de grupos populares, estudantes, músicos, entidades culturais, charanga e batucadas que se juntam ao cortejo até a Lapinha. A volta do caboclo para o Pavilhão da Lapinha repete o movimento de desmobilização do Exército Pacificador, após a vitória contra os portugueses na Bahia, em 1823.

 

No retorno à Lapinha, os carros emblemáticos que carregam as imagens do caboclo e da cabocla, que são puxados pelo batalhão do Quebra Ferro, voltam carregados de pedidos, orações, oferendas, flores e presentes. É que as imagens – uma representação dos homens e das mulheres baianas do povo que lutaram bravamente contra a dominação portuguesa –, provocam curiosidade e até mesmo veneração. As crendices populares em torno das imagens é tão forte que muitas pessoas colocam bilhetes com pedidos nos carros, fazem orações tocando com as mãos as imagens, acreditando na realização dos pedidos feitos ao pé do caboclo.

 

Esculpido por Manoel Inácio da Costa, o caboclo representa os índios e mestiços baianos que lutaram pela independência da Bahia contra as tropas portuguesas, derrotadas no 2 de Julho de 1823. Somente em 1840 ou 1849 (há controvérsias quanto à data precisa), é que surgiu a imagem da cabocla, representando a índia Catarina Paraguassu e a figura feminina nas lutas pela independência. Já as rodas dianteiras do carro que conduz a imagem do caboclo são as mesmas de uma das carretas que carregavam os canhões utilizados pelos brasileiros contra os ataques portugueses.

 

As comemorações se iniciaram no dia 25 de junho, com o encontro, na cidade de Cachoeira, do caboclo e da cabocla, esta oriunda da cidade de São Félix. Em 2006, o cortejo do 2 de Julho foi registrado no Conselho Estadual de Cultura como Patrimônio Imaterial da Bahia por representar a identidade cultural do estado.