Dia ensolarado faz brilhar o cortejo cívico do 2 de Julho
Fotos: Inaiá Lua |
Manifestações populares de vários matizes, movimentos sociais e políticos, bandas de fanfarras de escolas e colégios estaduais e municipais de vários municípios, filarmônicas, além dos carros emblemáticos do Caboclo e da Cabocla, antecedidos pelos Encourados de Pedrão, grupo a cavalo trajando a indumentária típica dos vaqueiros que lutaram, em 1823, pela independência da Bahia, e os índios Guaranis, de Itaparica, animaram o cortejo da manhã, que saiu da Praça da Lapinha percorrendo o Centro Histórico até a Praça Municipal.
Liberdade e orgulho - “É uma festa que reforça os nossos sentimentos de liberdade e orgulho pelos heróis anônimos que arriscaram suas vidas para defender a nossa Bahia e o próprio Brasil”, afirmou o estudante Antonio Carlos Bandeira, 22 anos, que, na Rua Direita do Santo Antonio, não perdia nenhum lance do cortejo. Eufórica, a administradora Claudia de Moraes, 47 anos, moradora de Salvador, nunca havia assistido ao desfile, e se surpreendeu com a diversidade cultural e a criatividade dos participantes do cortejo. “É muito bonito, estou realmente encantada. Agora, não perco mais um desfile no 2 de Julho”, disse.
O desfile, organizado todo ano pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), reproduz a entrada triunfal em Salvador das tropas formadas por homens e mulheres do povo que lutaram pela independência em várias regiões do estado. Ao som do Hino Nacional executado pela banda de música da Marinha do Brasil, o cortejo foi antecedido pelo hasteamento das bandeiras brasileira, da Bahia e de Salvador, em frente ao Pavilhão 2 de Julho, na Lapinha, pelo governador Jaques Wagner, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, e o prefeito João Henrique Carneiro, respectivamente, com o acompanhamento pela presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB), Consuelo Pondé de Sena, e pelo presidente da Fundação Gregório de Mattos, Ipojucã Cabral. Em seguida, as autoridades depositaram flores no monumento erigido em homenagem ao General Labatut, comandante das tropas brasileiras, na Praça da Lapinha.
A parte oficial da festa foi encerrada com a entrega dos carros emblemáticos do Caboclo e da Cabocla pela presidente do IGHB, Consuelo Pondé de Sena, que ressaltou, em seu discurso, a importância dos heróis anônimos que lutaram pela libertação política da Bahia do jugo de Portugal. Antes do final da manhã, o cortejo chegou à Praça Municipal, onde foram colocados os carros do Caboclo e da Cabocla, que seguiram, à tarde, para o Campo Grande.
Cortejo prossegue à tarde com solenidade no Paço Municipal
A retomada do cortejo, à tarde, foi antecedida pelo pronunciamento, em frente ao Paço Municipal, do presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Pedro Godinho. Ele destacou a importância da efetiva participação popular no processo de consolidação da Independência do Brasil. “Esta é uma data máxima para a Bahia e uma das mais importantes para a Nação, já que, mesmo com a declaração de independente, em 1822, o Brasil ainda precisava se livrar das tropas portuguesas que persistiam em continuar em algumas províncias”. Godinho destacou, ainda, a entrada do Exército em Salvador, ratificando a retomada da cidade e o fim da ocupação portuguesa no País. “É este ato de independência que a cada 2 de Julho comemoramos”, concluiu.
Após o pronunciamento do vereador, o cortejo formado pelos carros da Cabocla e do Caboclo, fanfarras e autoridades seguiu em direção ao Campo Grande, onde foi recebido por uma alvorada de fogos, por volta das 15h30.
Já em frente do Monumento ao 2 de Julho, foram depositadas flores e em seguida hasteadas as bandeiras de Salvador, pelo procurador Geral do Município, Pedro Guerra, representando o prefeito João Henrique; da Bahia, pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo; e do Brasil, pelo governador do Estado, Jaques Wagner. Logo depois, foi prestada uma homenagem póstuma ao ex-presidente e senador Itamar Franco, sendo as bandeiras mantidas a meio-mastro.
Encerando a comemoração, foi acesa a pira do Fogo Simbólico pelo nadador baiano e campeão olímpico Edvaldo Valério. “Representar a luta do povo baiano foi uma grande emoção para mim. Era o que faltava na minha carreira”, afirmou.
Após o ato solene de encerramento das comemorações, centenas de pessoas acompanharam na Praça do Campo Grande o XX Encontro de Filarmônicas, sob a regência do Maestro Fred Dantas.