Teatro Gregório de Mattos, Espaço Cultural da Barroquinha e Casa do Benin seguem com exposições

Teatro Gregório de Mattos, Espaço Cultural da Barroquinha e Casa do Benin seguem com exposições 

Durante o verão, os equipamentos culturais da Fundação Gregório de Mattos (FGM), promoveram a abertura de exposições temáticas, conforme a proposta de cada espaço e agradaram, não apenas aos turistas que visitavam a cidade, como ao público soteropolitano.

 

A Galeria da Cidade, Teatro Gregório de Mattos (TGM), segue em cartaz até 31.05, com a exposição interativa GREGÓRIOS. Ambientada num circuito dinâmico e criativo, com diversas texturas, composta pela vasta obra creditada a Gregório de Mattos, a mostra cria uma atmosfera seiscentista da Salvador do poeta, por via da iluminação, dos sons, de imagens e objetos que certamente vão transportar os visitantes àqueles tempos em que a capital da Bahia já se fazia majestosa e a mais importante cidade das Américas. Além da vida e obra do Boca de Brasa, uma linha do tempo retrata a trajetória da Fundação que leva seu nome, a Fundação Gregório de Mattos, criada em 1986 e que, ao longo de três décadas, foi uma instituição importante para alavancar ações e projetos culturais em Salvador. GREGÓRIOS foi o último trabalho assinado pelo artista plástico e cenógrafo Joãozito, e, após seu falecimento, o projeto vem sendo tocado por sua esposa e artista plástica Lanussi Pasquali. A exposição ficará aberta ao público até 31/05, com visitação guiada de quarta a domingo, das 14h às 19h. Como legado, a Galeria da Cidade ganhará um Memorial com parte do acervo exposto.

 

A Galeria Juarez Paraíso, Espaço Cultural da Barroquinha segue até junho com a exposição Orixás da Bahia, e já recebeu quase duas mil visitas. Com estátuas criadas em 1973 por D. Elyette Magalhães (in memorian), mulher de personalidade forte, ideias e visão além de seu tempo, que em plena década de 70 exibia lindos e coloridos turbantes, causando estranhamento a muita gente que desconhecia a importância de tão poderoso adereço e reforçando sua ligação com a religiosidade de matriz africana, Dona Elyette foi mais longe: no ato de criação do Museu da  Cidade, em 05 de julho de 1973, dedicou uma sala inteira aos orixás, criados pelo artista plástico Alecy Azevedo (in memorian) e acompanhado pela assessoria de Mãe Meninha do Gantois (in memorian). São 16 estátuas em tamanho real de divindades africanas, esculpidas em papel marchê. A curadoria atual tem assinatura do artista visual, cenógrafo, aderecista e figurinista, Maurício Martins, com consultoria religiosa de alguns membros do Terreiro do Gantois. Martins projetou um cenário que promove um diálogo entre elementos da ancestralidade e da contemporaneidade. Para recuperar as roupas (figurinos) e os adereços que vestem as esculturas de Alecy, Martins conta com a coordenação da museóloga, Gerente de Bibliotecas e Promoção do Livro e Leitura (FGM) e filha do Gantois, Jane Palma e das costureiras Joselita França, Alzedite Santos, Clara Guedes e Regina Celia Santos. Aberta ao público de quarta a domingo, das 14h às 19h. 

 

Na Casa do Benin, traz a exposição permanente com acervos da coleção de Pierre Verger com artefatos que ele trouxe da Costa do Benin e, até 033/03, segue com AFÉTO, mostra fotográfica que vem percorrendo o país e chama atenção para as relações de afeto constituídas dentro dos terreiros de Candomblé, a partir do olhar do fotógrafo Roger Cipó, com curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Ao percorrer dezenas de terreiros no estado de São Paulo e Rio de Janeiro, e vivenciar as diferentes manifestações de fé afro-brasileira, Cipó apresenta raras e delicadas imagens revelando a interação dos fiéis entre si, como uma família ao redor de suas obrigações sagradas, e durante as cerimônias, quando os orixás manifestam seu afeto por meio de suas sacerdotisas e sacerdotes.  Um novo olhar para as práticas pretas de fé, sob a ótica de um fotógrafo, que no candomblé, é Alabê (responsável pela orquestra dos atabaques). De acordo com o artista, mais que um registro documental sobre um aspecto específico do Candomblé, o trabalho reitera a importância das relações interpessoais como forma de resistência da cultura afro-brasileira e fortalecimento da identidade do povo de axé, a partir da experiência de fé nos orixás, evidenciando o terreiro como espaço de acolhimento, em resposta a uma cultura de segregação e ódio fomentado pelo racismo. A mostra teve grande repercussão inicial ao ser exibida sobre o sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, e chegou a Salvador na semana do Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, data escolhida para relembrar a memória de Mãe Gilda de Ogum. Símbolo da luta pela liberdade religiosa dos povos de terreiro, a Ialorixá Gilda dos Santos faleceu em 21 de janeiro de 2000 em decorrência das diversas violências sofridas após ter seu rosto estampado em um jornal evangélico a acusando de charlatã. O crime de ódio seguiu de agressões físicas a seus filhos de santo, invasões ao seu terreiro, Abassa de Ogum, o que agravou o estado de saúde da sacerdotisa, provocando sua morte. Para o fotógrafo e as organizações responsáveis pela realização, AFÉTO traz uma mensagem de respeito a fé, por uma cultura de paz e liberdade de crença.  A Casa funciona de segunda a sexta, das 09h às 17h e as visitas são gratuitas.

 

SERVIÇO

O quê: GREGÓRIOS - exposição interativa sobre vida e obra de Gregório de Mattos Guerra

Quando: até 31.05 – de quarta a domingo, das 14h às 19h

Onde: Galeria da Cidade - Teatro Gregório de Mattos

Quanto: Aberto ao público

 

O quê: Exposição Orixás da Bahia

Quando: até 30.06 – de quarta a domingo, das 14h às 19h

Onde: Galeria Juarez Paraíso – Espaço Cultural da Barroquinha

Quanto: Aberto ao público

 

O quê: Exposição Permanente com acervos de Pierre Verger

Quando: permanente – de segunda a sexta, das 09h às 17h

Onde: Casa do Benin

Quanto: Aberto ao público

 

O quê: Exposição Aféto

Quando: até 03.03 – de segunda a sexta, das 09h às 17h

Onde: Casa do Benin

Quanto: Aberto ao público